A assessoria de imprensa da turnê em comemoração aos 80 anos de João Gilberto anunciou nesta quinta (3) que a série de apresentações do músico será adiada por motivos de saúde. O primeiro show de João Gilberto aconteceria neste sábado (5), em São Paulo.
Segundo o comunicado oficial, a temporada de shows agora terá início em 9 de dezembro, em Salvador "e, posteriormente, seguirá para Rio de Janeiro e São Paulo. Por conta do final do ano, Brasília e Porto Alegre não terão disponibilidade de receber as apresentações ainda em 2011".
As novas datas devem ser anunciadas ainda nesta quinta (3).
João Gilberto, de acordo com a assessoria, "está com uma forte gripe", impedido de cantar e precisando de cuidados especiais. "Segundo o dr. Jorge Jamile, médico do artista, não há motivo para alarde, mas será necessário o repouso neste momento", diz o comunicado oficial.
Projeto
O projeto "80 anos - Uma vida bossa nova" inclui, além das apresentações que estavam previstas, a gravação de pelo menos um DVD. Os preços dos ingressos dos shows vão de R$ 500 a R$ 1,4 mil o que, em alguns casos, afugentou o público - em São Paulo, por exemplo, onde a expectativa era de que os ingressos se esgotassem rapidamente, ainda há lugares em quase todos os setores.
Avesso aos holofotes e à mídia, João Gilberto se apresentou no país pela última vez em 2008, durante outra comemoração: a dos 50 anos de bossa nova. Na ocasião, os ingressos foram vendidos em poucas horas.
Batida inconfundível
Sua principal característica é a forma de tocar violão, que até hoje influencia inúmeros artistas nacionais e internacionais. Reza a lenda que foram meses ensaiando exaustivamente até encontrar esta batida ideal e o jeito singular de cantar, que eliminava os vibratos, a impostação, a potência e tudo o mais considerava excesso. Adaptou a essa nova forma de cantar e tocar as melodias de Tom Jobim e as letras de Vinicius de Moraes. Estava criada a bossa nova.
O "laboratório" de João seria o álbum “Canção do amor demais”, lançado por Elizeth Cardoso em 1958, só com composições de Tom e Vinicius. Não à toa, o disco, que já trazia o violão sincopado do músico baiano nas faixas "Chega de saudade" e "Outra vez", é considerado o marco inicial da bossa nova.
Entretanto, a voz do cantor só apareceria em agosto de 1958, num compacto simples com os clássicos instantâneos “Chega de saudade” e “Bimbom” — meses depois, lançara outro petardo bossanovístico, o também compacto "Desafinado" e "Oba-la-lá". Somados, a voz e o violão de João Gilberto acabaram por consolidar o estilo, que veio a ser um dos principais expoentes da música brasileira. A partir de então, a bossa nova revelaria e consagraria toda uma geração de músicos brasileiros, como Nara Leão, Carlos Lyra, Luizinho Eça, João Donato, Roberto Menescal, Baden Powell e Johnny Alf, entre outros.
'O mito'
Se as aparições públicas, shows e entrevistas de João Gilberto tornaram-se raridade, o mesmo também pode-se dizer sobre sua discografia em CD. Apenas seus discos mas recentes, caso de "João Gilberto Prado Pereira de Oliveira" (1999) e "João voz e violão" (2000), podem ser encontrados com alguma facilidade no mercado brasileiro. Uma outra parte está disponível na internet para importação, como "Brasil" (1981), que gravou com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia. Mas os trabalhos essenciais do músico, que ajudam a entender sua importância e a reverência de tantas gerações, praticamente desapareceu.
Tudo começou depois do lançamento de "O mito", em 1992. Compilado pela gravadora EMI, que detém os direitos sobre o catálogo do cantor, o álbum reúne os três primeiros LPs de João, “Chega de saudade” (1959), “O amor, o sorriso e a flor” (1960) e “João Gilberto” (1961), mais o EP “Orfeu da Conceição”. O projeto despertou a ira do artista, que reclamou da remasterização e do fim da sequência original das faixas. Começava então uma briga judicial entre as partes, que não tem previsão para acabar.
Segundo o comunicado oficial, a temporada de shows agora terá início em 9 de dezembro, em Salvador "e, posteriormente, seguirá para Rio de Janeiro e São Paulo. Por conta do final do ano, Brasília e Porto Alegre não terão disponibilidade de receber as apresentações ainda em 2011".
As novas datas devem ser anunciadas ainda nesta quinta (3).
João Gilberto, de acordo com a assessoria, "está com uma forte gripe", impedido de cantar e precisando de cuidados especiais. "Segundo o dr. Jorge Jamile, médico do artista, não há motivo para alarde, mas será necessário o repouso neste momento", diz o comunicado oficial.
Projeto
O projeto "80 anos - Uma vida bossa nova" inclui, além das apresentações que estavam previstas, a gravação de pelo menos um DVD. Os preços dos ingressos dos shows vão de R$ 500 a R$ 1,4 mil o que, em alguns casos, afugentou o público - em São Paulo, por exemplo, onde a expectativa era de que os ingressos se esgotassem rapidamente, ainda há lugares em quase todos os setores.
Avesso aos holofotes e à mídia, João Gilberto se apresentou no país pela última vez em 2008, durante outra comemoração: a dos 50 anos de bossa nova. Na ocasião, os ingressos foram vendidos em poucas horas.
Batida inconfundível
Sua principal característica é a forma de tocar violão, que até hoje influencia inúmeros artistas nacionais e internacionais. Reza a lenda que foram meses ensaiando exaustivamente até encontrar esta batida ideal e o jeito singular de cantar, que eliminava os vibratos, a impostação, a potência e tudo o mais considerava excesso. Adaptou a essa nova forma de cantar e tocar as melodias de Tom Jobim e as letras de Vinicius de Moraes. Estava criada a bossa nova.
O "laboratório" de João seria o álbum “Canção do amor demais”, lançado por Elizeth Cardoso em 1958, só com composições de Tom e Vinicius. Não à toa, o disco, que já trazia o violão sincopado do músico baiano nas faixas "Chega de saudade" e "Outra vez", é considerado o marco inicial da bossa nova.
Entretanto, a voz do cantor só apareceria em agosto de 1958, num compacto simples com os clássicos instantâneos “Chega de saudade” e “Bimbom” — meses depois, lançara outro petardo bossanovístico, o também compacto "Desafinado" e "Oba-la-lá". Somados, a voz e o violão de João Gilberto acabaram por consolidar o estilo, que veio a ser um dos principais expoentes da música brasileira. A partir de então, a bossa nova revelaria e consagraria toda uma geração de músicos brasileiros, como Nara Leão, Carlos Lyra, Luizinho Eça, João Donato, Roberto Menescal, Baden Powell e Johnny Alf, entre outros.
'O mito'
Se as aparições públicas, shows e entrevistas de João Gilberto tornaram-se raridade, o mesmo também pode-se dizer sobre sua discografia em CD. Apenas seus discos mas recentes, caso de "João Gilberto Prado Pereira de Oliveira" (1999) e "João voz e violão" (2000), podem ser encontrados com alguma facilidade no mercado brasileiro. Uma outra parte está disponível na internet para importação, como "Brasil" (1981), que gravou com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia. Mas os trabalhos essenciais do músico, que ajudam a entender sua importância e a reverência de tantas gerações, praticamente desapareceu.
Tudo começou depois do lançamento de "O mito", em 1992. Compilado pela gravadora EMI, que detém os direitos sobre o catálogo do cantor, o álbum reúne os três primeiros LPs de João, “Chega de saudade” (1959), “O amor, o sorriso e a flor” (1960) e “João Gilberto” (1961), mais o EP “Orfeu da Conceição”. O projeto despertou a ira do artista, que reclamou da remasterização e do fim da sequência original das faixas. Começava então uma briga judicial entre as partes, que não tem previsão para acabar.
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